ULTRAPASSANDO
BARREIRAS – RUMO A SOCIALIZAÇÃO
Por Veronica Trevizoli, RU 1948078
Polo – Colégio Opção Uninter Sorocaba
Data 20/08/2017
Fonte da imagem: acessada em 20/08/2017 http://www.ebc.com.br/cidadania/2014/04/unb-lanca-software-para-auxiliar-ensino-de-autistas
Alaíde Junqueira,
professora do ensino fundamental da rede estadual de ensino no estado de SP, trabalha
com crianças especiais na educação inclusiva, e para isso recorre à ferramentas
e softwares que auxiliam nas atividades do dia a dia. Um exemplo é o AproximaR
que tem sido utilizado na socialização do autista.
Desenvolvido pelos estudantes
Alexandre Silva dos Santos e Eduardo Andreotti da Silva como trabalho de
conclusão de curso da Universidade de Brasília em 2014, foi criado com foco no
grupo de autistas clássicos, de baixo funcionamento, com comportamentos sociais
desafiadores e incomuns, dificuldades com a comunicação, movimentos repetitivos
e enormes desafios emocionais e o software promete quebrar as barreiras da
inclusão.
A elaboração do software
contou com uma equipe multidisciplinar que envolve o departamento de Ciências
da Computação (CiC) da Universidade de Brasília (UnB), pedagogos especializados
em educação inclusiva, autismo, síndrome de down e deficiência intelectual,
designers gráfico e professores de escolas públicas que auxiliam com suas
experiências em sala de aula.
O objetivo principal é ampliar
o convívio social do autista seja na escola, com outras crianças e professores,
seja com seus familiares e em locais públicos que frequenta. O AproximaR ensina
os gestos sociais simples; possui sete atividades: mandar
beijo, fazer sim e não com a cabeça, levar as mãos à cabeça, fazer sinal de
positivo, bater palmas e dar “tchau”.
Através do software as
crianças são motivadas a imitar os movimentos de um vídeo e com o dispositivo
Kinect for Windows (sensor de movimento utilizado em vídeo games) que captura
os movimentos realizados pela criança, avalia a realização da atividade e
dispara um vídeo motivacional de estímulo positivo à realização correta da
atividade.
Os recursos de multimídia,
áudios, vídeos e a captura de movimentos do software desperta a curiosidade do
aluno autista, principalmente quando ele se reconhece no vídeo, mostrando que
sim, é possível manter o foco e a atenção nas atividades propostas, uma vez que
uma das características desse aluno é dispersar a atenção e não aceitar as
atividades propostas.
Segundo a professora
Alaíde é muito gratificante quando a evolução do aluno é percebida e a inclusão
acontece de forma natural, a partir do momento em que as crianças especiais
começam a responder e a interagir com o grupo em seu entorno.
Um aspecto importante é
que para a utilização do software não há necessidade de ter conexão com a
internet, porém ele só pode ser executado em desktop ou notebook, não possui
versão para dispositivos móveis como tablets
e celulares. Além de ser necessário possuir o dispositivo Kinect.
Esse software faz parte do
Projeto Participar que tem parceria com a Secretaria da Educação, é composto
atualmente de 10 softwares voltados para a educação inclusiva. Segundo o
professor Wilson Veneziano, responsável pelo departamento de Ciências da
Computação (CiC) da UnB, existe uma carência de softwares educacionais
brasileiros para a educação inclusiva, pois as empresas privadas de software
não se interessam por esse mercado. Empresas estrangeiras que atuam nesse
mercado, muitas vezes procuram introduzir seus produtos, porém a maioria está
fora do contexto da realidade brasileira. Ainda aponta a falta de patrocínio,
todos os recursos investidos no projeto são próprios.
Todos os softwares do
projeto foram desenvolvidos por alunos como trabalho de conclusão de curso, e
todos os direitos autorais são cedidos para a união, para que todos possam ter
acesso gratuitamente.
Softwares do projeto
Participar são utilizado por toda a rede APAE e já estão presentes em mais de
2.000 (duas mil) escolas públicas do Brasil, além de Angola e Portugal.
Todos
estão disponíveis para download gratuito. Basta acessar o link:
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