Jackeline B. S. Fraga, RU: 998186
Polo – Colégio Opção - Sorocaba
Data:21/08/2017 | |
Fonte: blogdotas.com.br |
O aplicativo LIVOX, feito por um brasileiro para auxiliar na comunicação
entre ele e sua filha com paralisia cerebral, venceu o Desafio de Impacto
Social do Google para deficiências. Além disso, foi premiado também pela ONU, como
a melhor tecnologia inclusiva.
Quando
Clara nasceu, devido à um erro médico no parto, ela teve paralisia cerebral,
doença que ocorre devido ao desenvolvimento anormal do cérebro. A
impossibilidade de comunicação com a menina fez com que o pai, Carlos, analista
de sistemas tomasse as rédeas da situação e se pusesse a trabalhar numa solução.
O único
aplicativo disponível para este suporte a comunicação com crianças com
necessidades especiais, em inglês, inviabilizava os primeiros passos de Clara
na descoberta da linguagem.
De
forma bem simples, Carlos criou uma interface simples que instalou no seu próprio
celular. A princípio tratava-se apenas de ajudar a filha a responder questões
simples com respostas de sim e não. Com o tempo e a melhora da resposta de
Clara, o aplicativo foi sendo aprimorado com a ajuda de profissionais da área
de comunicação e fonoaudiologia.
Atualmente,
o aplicativo que despretensiosamente foi criado “de pai para filha”, auxilia na
comunicação de pessoas com deficiência em mais de 25 idiomas.
A
Escola Municipal Oswaldo Duarte, em Sorocaba – SP, adotou o uso do aplicativo
para auxiliar na inclusão de alunos com autismo, ELA (Esclerose Lateral
Amiotrófica), paralisia cerebral e com sequelas de AVC. Pode ser utilizado com
alunos que possuam quaisquer disfunções de fala grave, que de outra forma
teriam sua comunicação inviabilizada no ambiente escolar.
O
aplicativo vem sendo utilizado com alunos do PRÉ 2 e do 2º ano, obtendo ótimos
resultados e melhorando a interação dos alunos em questão com a classe e com as
professoras. “Já é possível obter respostas simples do aluno, o que antes não
era possível” afirma a professora Silvia do PRÉ 2 que atende Arthur, 6 anos,
com paralisia cerebral.
Arthur
tem muitas dificuldades de se expressar, mas gosta muito de ir para a escola,
como relata a professora. “ A interação com as outras crianças o deixa muito
feliz, mas era muito difícil fazê-lo se interessar pelas aulas” revela Silvia. “A
utilização do aplicativo fez com que ele ficasse mais ativo e sua receptividade
melhorou muito”.
Outro
aluno, este do 2º ano vem obtendo bons resultados com a nova tecnologia. Diego,
possui DEA (distúrbio do espectro autista), e constituiu um desafio para a
professora Adriana. “O aluno DEA tradicionalmente tem dificuldades em manter o
foco em sala de aula, e suas reações por vezes repentinas, tiravam também a
atenção dos demais alunos, além disso é difícil ter acesso a ele, já que ele
responde pouco quando demandado. Com o aplicativo é possível trabalhar a rotina
e os comportamentos, o que deixa ele mais calmo”.
Com
a utilização do LIVOX, Adriana relata que passou a ter mais acesso ao aluno,
aumentando seu interesse pelo conteúdo e possibilitando uma comunicação mais
clara. “Ele passou a interagir mais, tanto comigo quanto com os colegas” relata
ela.
A
vantagens na comunicação são enormes, fazendo com que essa difícil tarefa seja
menos árdua nos casos demonstrados. É importante frisar que a ferramenta não se
resolve em si, dependendo sempre de profissional capaz de utilizá-la adequadamente
à dinâmica de sala de aula.
As limitações do
aplicativo são apenas as da cognição do aluno, o que ele quiser expressar,
poderá fazê-lo através do LIVOX.
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