Por: Cecília
Huete Olmeda Macedo RU: 1196520
Polo: Cólegio
Opção – Sorocaba/SP
Data:
25/08/2017
Maria
Rita professora pública municipal há 20 anos, na
escola Profª Olívia de Alcântara na cidade de Juazeiro do Norte/CE, interessada
em melhorar seu relacionamento e sua atitude como docente com alunos portadores
de deficiência auditiva (Surdo), foi em busca de inserir novas tecnologias em
suas aulas de história, conseguiu implantar o uso de aplicativos que auxiliam
na tradução da Língua Portuguesa para LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), a
exemplo do Instituto Cearense
de Educação de Surdos (Ices), em Fortaleza, que são pioneiros no ensino de
Libras com avaliações por teleconferência.
Os desafios do cotidiano do educador como planejamento, avaliação
e altas expectativas de aprendizagem, tornam-se maiores quando se tem em sala
de aula alunos de inclusão com deficiência auditiva, pois nem todas as escolas
estão preparadas para tal, faltam materiais de recurso e até mesmo interpretes
humanos. Na busca de minimizar essa lacuna, e sem recursos financeiros que a
professora Maria Rita partiu para a pesquisa de aplicativos gratuitos que
pudessem ser utilizados em sala de aula.
A pesquisa logrou êxito, pois a descoberta de um aplicativo
gratuito de fácil manejo e compreensão podendo ser utilizados por alunos surdos
em toda a sua vida escolar, ou seja, do ensino fundamental ao médio, e em todas
as disciplinas, e também fazer o uso deles em casa para as tarefas e pesquisa
escolares.
O aplicativo
encontrado foi VLibras .Trata-se de um conjunto de ferramentas digitais que amplia a
acessibilidade das pessoas com deficiência auditiva a conteúdos online. O conjunto de
aplicativos está disponível para download gratuito no Portal
do Software Público Brasileiro (SPB).
O
coordenador do projeto Vlibras, Tiago Maritan, explica que o conjunto de
aplicativos faz a tradução de conteúdos digitais (texto, áudio e vídeo) para
Libras, a Língua Brasileira de Sinais, através de um boneco (avatar) 3D. As
pessoas com deficiência auditiva podem selecionar textos e áudios e, com um clique,
traduzir estes conteúdos para Libras.
“Ao
contrário do que muita gente pensa, a maioria das pessoas surdas não são
alfabetizadas em português. Além de ter, muitas vezes, dificuldade de acesso a
educação, elas têm também a barreira do português, que não é a sua língua mãe.
A primeira língua é a lingua de sinais”, explica Maritan, que é professor da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O sotware Vlibras
possui uma série de ferramentas. Uma delas serve para a tradução de conteúdos
de sites, áudios e textos para
Libras e pode ser instalada em computadores, navegadores e celulares.
Outra
ferramenta é a chamada WikiLibras, um sistema para correção e inclusão de novos
sinais. Maritan afirma que ainda hoje há um abismo entre a quantidade de
palavras em língua portuguesa e a quantidade de sinais.
“O
português tem 300 mil palavras e libras tem de 10 a 15 mil sinais definidos.
Então, quando alguém sentir falta de algum sinal na ferramenta, ele pode entrar
lá e contribuir gerando novos sinais. Essa ferramenta é para a comunidade de
surdos fazer a inclusão de novos sinais e corrigir os sinais que ela considera
que precisam melhorar”, afirma Tiago.
Os
deficientes auditivos podem, através desta ferramenta, gravar um vídeo com um
sinal, que será enviado para um programador reproduzir no avatar. Depois de
reproduzido, o sinal passa pelo crivo de especialistas antes de ser validado e
incluído no programa.
O
projeto, que vem sendo desenvolvido há seis anos, surgiu quando uma jovem com
deficiência auditiva passou no vestibular de Ciências da Computação na UFPB. A
partir do desafio de comunicação com ela, a ideia do pacote de programas foi
sendo desenvolvida. Atualmente, o projeto é desenvolvido em parceria entre o
Ministério do Planejamento, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Câmara
dos Deputados.
De
acordo com Maritan, a estimativa da equipe é de que haja mais de 10 mil downloads do
aplicativo para celulares e uma média de mil acessos diários à página do
Vlibras na internet.
De acordo
com as estatísticas do censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), quase 10 milhões de brasileiros têm alguma
deficiência auditiva, o que representa 5% da população do país. Destes, cerca
de 2 milhões possuem deficiência auditiva severa, 1,7 milhões têm grande
dificuldade para ouvir e 344,2 mil são surdos.
Fonte:
(disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-05/aplicativo-para-surdos-transforma-conteudos-da-internet-em.
Acesso em: 25 de agosto de 2017).
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