sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O QUE NÃO SE VÊ, SE OUVE

O QUE NÃO SE VÊ, SE OUVE
Por Eliane Fátima de Souza Rosa, RU 1854163
Polo Colégio Opção – Sorocaba

Data 01/09/2017

A professora Sueli Novaes, da disciplina de Biologia da terceira série do ensino médio da escola Luís Romão,situada nesta cidade, lecionou nesta data, a sua primeira aula na sala de informática, após a instalação do software NVDA. Momentos anteriores ao início da aula, a professora estava bastante ansiosa, pois a atividade a ser desenvolvida seria um simulado com a finalidade de preparar seus alunos para o Enem. Essa ansiedade é justificada pela presença de um aluno deficiente visual total.

“Sinto profunda tristeza quando atividades semelhantes são propostas aos alunos e ele não tem autonomia para realizá-las”, dizia Sueli referindo-se ao João Carlos, seu aluno deficiente visual.

O NVDA (Non Visual Desktop Access) é um sintetizador de voz para leitura de tela do desktop ou um arquivo específico. Compatível com o Windows, o software é bastante compacto e está disponível na internet para ser baixado gratuitamente. Apenas passando o mouse sobre as palavras da tela, a leitura é feita por uma voz robotizada. Embora o software não seja um lançamento, muitos profissionais da educação o desconhecem e deixam de usufruir desse recurso no sistema ensino/aprendizagem.

O simulado foi realizado por João, que apresentou grande alegria em concluir a tarefa sem a contribuição dos colegas. O nervosismo normal de um aluno que deseja se sair bem no Enem e conseguir cursar a faculdade dos sonhos. “A sensação de fazer um teste sozinho no computador é muito boa, deu mais vontade de estudar e aprender. Quero ser analista de sistema e vou conseguir!”, disse feliz. “Quero ler todos os livros que a professora de português passou e que podem cair no Enem”, acrescentou.

A professora Sueli já marcou novas aulas na sala de informática para a próxima semana. “É gratificante para nós professores, poder sentir a alegria do aluno que encontra na tecnologia um recurso para superação da sua deficiência”, disse Sueli animada com a sua aula exitosa.

Com os avais da diretoria de ensino, direção da escola e coordenação pedagógica, será instalado o software NVDA em todos os computadores das escolas não limitando João Carlos, ou outro deficiente visual que venha a se matricular, ao uso de apenas um computador.

Segundo informações prestadas pela coordenação pedagógica, outros professores também estão motivados e usarão o recurso em suas aulas.

“A tecnologia existe e precisamos nos beneficiar do que ela nos proporciona, principalmente para o ensino inclusivo”, comentou a coordenadora pedagógica na reunião de planejamento ocorrida agora a pouco.

Cada dia que se passa, são novas descobertas tecnológicas e novos desafios vencidos. Tudo contribuindo para a melhoria do ensino/aprendizagem de alunos de inclusão. Afinal, tudo que não se vê, se ouve! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário