O QUE NÃO SE VÊ, SE OUVE
Por Eliane Fátima de Souza Rosa, RU 1854163
Polo Colégio Opção – Sorocaba
Data 01/09/2017
A professora Sueli
Novaes, da disciplina de Biologia da terceira série do ensino médio da escola
Luís Romão,situada nesta cidade, lecionou nesta data, a sua primeira aula na
sala de informática, após a instalação do software NVDA. Momentos anteriores ao
início da aula, a professora estava bastante ansiosa, pois a atividade a ser
desenvolvida seria um simulado com a finalidade de preparar seus alunos para o
Enem. Essa ansiedade é justificada pela presença de um aluno deficiente visual
total.
“Sinto profunda tristeza
quando atividades semelhantes são propostas aos alunos e ele não tem autonomia
para realizá-las”, dizia Sueli referindo-se ao João Carlos, seu aluno
deficiente visual.
O NVDA (Non Visual
Desktop Access) é um sintetizador de voz para leitura de tela do desktop ou um
arquivo específico. Compatível com o Windows, o software é bastante compacto e
está disponível na internet para ser baixado gratuitamente. Apenas passando o
mouse sobre as palavras da tela, a leitura é feita por uma voz robotizada. Embora
o software não seja um lançamento, muitos profissionais da educação o
desconhecem e deixam de usufruir desse recurso no sistema ensino/aprendizagem.
O simulado foi realizado
por João, que apresentou grande alegria em concluir a tarefa sem a contribuição
dos colegas. O nervosismo normal de um aluno que deseja se sair bem no Enem e
conseguir cursar a faculdade dos sonhos. “A sensação de fazer um teste sozinho
no computador é muito boa, deu mais vontade de estudar e aprender. Quero ser
analista de sistema e vou conseguir!”, disse feliz. “Quero ler todos os livros
que a professora de português passou e que podem cair no Enem”, acrescentou.
A professora Sueli já
marcou novas aulas na sala de informática para a próxima semana. “É
gratificante para nós professores, poder sentir a alegria do aluno que encontra
na tecnologia um recurso para superação da sua deficiência”, disse Sueli
animada com a sua aula exitosa.
Com os avais da
diretoria de ensino, direção da escola e coordenação pedagógica, será instalado
o software NVDA em todos os computadores das escolas não limitando João Carlos,
ou outro deficiente visual que venha a se matricular, ao uso de apenas um
computador.
Segundo informações
prestadas pela coordenação pedagógica, outros professores também estão
motivados e usarão o recurso em suas aulas.
“A tecnologia existe e
precisamos nos beneficiar do que ela nos proporciona, principalmente para o
ensino inclusivo”, comentou a coordenadora pedagógica na reunião de
planejamento ocorrida agora a pouco.
Cada dia que se passa,
são novas descobertas tecnológicas e novos desafios vencidos. Tudo contribuindo
para a melhoria do ensino/aprendizagem de alunos de inclusão. Afinal, tudo que
não se vê, se ouve!
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